Parlamentar usou a tribuna para sustentar que os recursos da Marinha sejam empregados no país, estimulando a indústria, reforçando a economia e a soberania brasileira.
O Deputado Federal Felício Laterça (PSL/RJ) usou a tribuna na tarde desta terça-feira (18) para pontuar questionamentos sobre o projeto da Classe Tamandaré (PCT), responsável pela aquisição de navios de guerra para a Marinha, que envolverá grande volume de recursos públicos empenhados pelo Governo Federal com empresas privadas de outros países.
Para o Deputado, o Brasil possui condições técnicas, com pessoal capacitado e experiência na construção de navios e submarinos. Em seu discurso na Câmara Legislativa, apontou como exemplo a empresa Fragatas Classes Niterói que realizou o projeto e construção do Navio Escola Brasil, além das Corvetas Classes Inhaúma e Barroso, dos submarinos das Classes “Tupi” e “Tikuna”, e submarinos da Classe Scorpene.
O Deputado acrescentou ainda a experiência industrial brasileira em diversos sistemas operacionais nas fragatas e corvetas projetadas e construídas no país. Para ele, não há necessidade de importar, pagar e ficar dependentes de projeto, perder preciosas divisas e abrir mão da soberania Nacional.
“Em termos de sistemas de armas, o Brasil chegou a situação invejável de dominar Guerra Eletrônica, Radares, Sonar, Sistema de Armas, Sistemas de Controle da Propulsão e de Avarias, Mísseis Anti Navio e Canhões. Outros produtos ainda não foram manufaturados em solo nacional, mas o poderiam ser, pois temos totais condições, como por exemplo torpedos. Pouquíssimos países dominam toda essa gama de sistemas navais militares. Nos perguntamos se um projeto estrangeiro permitirá integrar tais sistemas nacionais a um custo aceitável, se é que se está sendo considerada esta integração, deixando de aproveitar esta rara disponibilidade de recursos para empregar a nossa capacitação técnica gerando empregos e ampliando a nossa Engenharia”, defende.
Outra preocupação do Deputado Felício Laterça diz respeito à empresa “Thyssen”, que foi alvo de denúncias de corrupção em venda de navios militares a Israel. “De maneira preocupante, fomos informados que o contrato não será avaliado previamente por nenhum órgão de controle, como por exemplo o TCU ou a AGU. Ora, em termos de corrupção temos um caso nacional envolvendo o modelo adotado e um internacional envolvendo a empresa estrangeira escolhida e não haverá avaliação prévia do contrato de bilhões por nenhum órgão de controle?”, questiona.
A Thyssen perdeu em 2020, em seu próprio país, uma outra concorrência para um consórcio liderado pela Damen holandesa para fornecimento de fragatas MKS180 para a Marinha Alemã. “Uma empresa que teve seus navios recusados pela própria marinha, que perdeu para um consórcio liderado por estrangeiros em certame também da própria marinha, se une a um estaleiro nacional que nunca construiu navios militares e este é o consórcio melhor habilitado para fornecer para nossa Marinha do Brasil?”, indagou o parlamentar na tribuna.
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